O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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terça-feira, 9 de março de 2010
UMA CADEIRA CATIVA PARA GERARDO MELLO MOURÂO
Gerardo Mello Mourão, Frota Neto e Dalinha Catunda
Texto e foto de Dalinha
UMA CADEIRA CATIVA PARA GERARDO MELLO MOURÃO
Parece que foi ontem... Mas já se foram três anos.
Em nove de março de 2007, Ipueiras ficava orfã de seu mais polêmico e ilustre filho: Gerardo Mello Mourão.
“Gerardo foi: Jornalista, poeta e escritor. Era membro da Academia Brasileira de Filosofia, da Academia Brasileira de Hagiologia e do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura do Brasil. Era um dos escritores mais respeitados no exterior”
Infelizmente, Gerardo, ainda não foi devidamente reconhecido em Ipueiras, cidade que ele carregou com carinho, na cabeça, no coração e em seus escritos.
Foi grande falando de sua aldeia, mas sua aldeia não crescera o suficiente para reconhecer a magnitude deste ícone ipueirense.
Eu não conheci Gerardo de ouvir falar. Freqüentei sua casa e conversávamos, não como o mestre e a sua aprendiz, falávamos como dois retirantes nordestinos querendo palestrar.
Eu ficava encantada com sua grande cultura e sua ainda maior, simplicidade.
Tive a grata satisfação em receber Gerardo Mello Mourão, num evento cultural realizado em minha chácara na cidade de Ipueiras.
Entre amigos, parentes e políticos, o poeta saboreava comidas típicas como: baião-de-dois, paçoca de pilão, intercalados por uma cachacinha da terra. Era clara sua satisfação.
Na hora da saída, após os agradecimentos, Gerardo chamou-me reservadamente e disse-me: “Dalinha, estou indo e carregando a cadeira que sentei” E assim o fez.
Logo que voltei ao Rio de Janeiro, ele telefonou-me: “Dalinha, Venha visitar-me e ver sua cadeira”.
Fui. Qual não foi minha surpresa ao ser reapresentada a minha pobre cadeira, matuta, feita de pau e couro. Estava toda envernizada, enfeitadas com tachas, ocupando um lugar de respeito em sua sala de visitas.
Hoje queria registrar minhas saudades e o prazer indizível que foi participar de um naco da vida de Gerardo Mello Mourão que certamente terá cadeira cativa em meu coração.
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5 comentários:
Dalinha,
Deve ter sido muito saudável privar da amizade do grande Gerardo.
Só o vi pessoalmente uma vez, pouco tempo antes de sua morte, quando veio lançar no Centro Cultural BNB, em Fortaleza, seu A Invenção do Mar.
Achei bem curioso o causo da cadeira.
Quanto ao reconhecimento, se não o obteve satisfatoriamente na cidade natal, já o adquiriu no Brasil. Abraço.
Olá Dalinha,
Com certeza Ipueiras perdeu um de seus filhos mais ilustre. A revista Confraria Arte e Literatura classifica Gerardo como sendo uma figura lendária na literatura brasileira atual. Você deve se orgulhar muito de ter compartilhado de sua amizade e sabedoria.
Grande abraço.
Linda homenagem,Dalinha!
Vim agradecer e dizer que já está por lá tua interação linda!beijos,chica
Oi, amiga, saudades deste teu cantinho. Que linda homenagem, e mais lindo ainda foi teu reconhecimento e gratidão no episódio da cadeira.
mil beijos
tais luso
Com um 'cantinho' desses atéh fiquei com dó do meu blog.
Já virei fã!!
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