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O HOMEM QUE PERDEU A ROLA
1
Ao Tuca pedi licença,
Pra sua história contar.
É fato não brincadeira
O que tenho pra narrar.
Esta tragédia, amigos,
Foi um drama de amargar.
2
Este caso sucedeu
Em meu querido lugar
E fez a minha Ipueiras
De tristeza até chorar.
A cidade combalida
Nunca viu tanto pesar.
3
Todos conhecem o Tuca,
Nem precisa apresentar.
É dono dum restaurante.
Bom e muito popular.
Comerciante querido,
A todos quer agradar.
4
Tuca era muito feliz,
Com os filhos e a mulher.
Também tinha sua rola,
Que não era uma qualquer,
Não largava sua pomba
Um instantinho sequer.
5
Não sei se foi mau olhado,
Se foi praga ou coisa assim.
Só sei que sua alegria.
De repente teve fim.
O homem perdeu a rola,
Meu Deus que coisa ruim!
6
Ipueiras chorou tanto,
Foi bem grande a comoção.
Pois não era uma rolinha,
Na verdade era um rolão.
E muita gente importante,
Já tinha passado a mão.
7
Pobre mulher, soluçava...
Abraçada a seu marido.
Ele só se lamentava
Por a rola ter perdido.
Tudo se tornou tristeza,
Depois deste acontecido.
8
Ao chegar o fim da tarde
Na hora da ave Maria,
Tuca pegava sua rola
Com jeitinho recolhia,
E agradecia aos céus.
A rola que possuía.
9
A sua querida esposa,
Entrou numa depressão
Seu robe, sua alegria
Era a rola em sua mão.
Ela chora de saudades
Pela rola do patrão.
10
Tuca perdeu a alegria
Perdeu a satisfação.
Vivia coçando a rola
Por debaixo do balcão
Sem rola e sem alegria
É bem grande a aflição.
11
Os amigos afagavam
Aquela rola singela
E Tuca sempre exibia
Pondo a rola na janela.
Era uma boa atração
E todos gostavam dela.
12
Que muita gente chorou
É a mais pura verdade,
Homem que fica sem rola
É digno de piedade.
Tem uma vida vazia
E perde a felicidade.
13
A história dessa rola,
Ainda não acabou.
Não estou de sacanagem,
E lhes peço, por favor.
A rola é um passarinho,
Não o que você pensou!
14
O martírio dessa rola,
Foi de cortar coração.
Um dia Tuca encontrou
A ave ferida no chão.
E tratou do passarinho,
Que virou de estimação.
15
A rola vivia solta,
Bem livre naquele lar
No ombro de Tuca ela,
Gostava de passear.
Era bem interessante
Era lindo contemplar.
16
Até hoje não se sabe,
Que de fato aconteceu.
Se ela foi atrás de Tuca,
No caminho se perdeu.
Ou se foi mesmo roubada
Por um infeliz ateu.
17
Eu só sei que a pobre rola
Se foi e deixou saudade.
A família e os amigos
Gostavam e de verdade,
Da graciosa rolinha
Que era uma novidade.
18
Tuca perdeu sua rola,
Porém ganhou um cordel.
Quem pensou em sacanagem.
Não fez bonito papel.
Eu peço desculpa ao Tuca
Se o relato foi cruel.
Fim
Cordel de Dalinha Catunda
17 comentários:
Que coisa mais linda e boa de ler com esse duplo sentido.rsrsr Legal!Parabéns!beijos,chica
Dalinha, ai vai a minha resposta à rola do Tuca, pois também perdi uma rolinha, que criava solta, pois gaiola me lembra Assum Preto e... ai, eu choro...
A ROLA DA RÔ
*
Dalinha, se eu tivesse
Uma rola igual ao Tuca,
Certamente não estaria
Metendo mão em cumbuca
A minha levantou vôo,
E sumiu de forma brusca.
**
Agora, vivo nos cantos,
E sempre a procurar
Nova rolinha bonita
Para eu poder criar,
E no meu computador
O seu retrato postar.
***
Depois que perdi aquela
Rolinha afeiçoada,
Não largo da internet
Pesquiso sem achar nada!
Mas outra vou encontrar
Nem que seja a pelada.
****
Uma rolinha elegante
Magrinha e poderosa
Não poria na gaiola
Isto é caçada perigosa,
Mas se eu conseguir uma
Vou ficar é orgulhosa!
*****
Amiga, agora paro,
De em tanta rola falar.
Quero sair desse rolo
Louca eu não vou ficar,
Quando uma rola se vai
Outra pega seu lugar.
(Maria Rosário Pinto)
Rio, 31/05/2010
Quem perde a rola de estimação não esquece mais não.
Minha querida Dalinha, não tem coisa mais triste do que perder o bixinho de estimação, o homem perdeu a rola e a perereca da vizinha que estava presa na gaiola,pela brecha fugiu. bjs
Parabéns Dalinha! Uma bela e bem narrada estória. Meus sentimento ao Tuca que ficou sem a sua Rola. Rsrsrs.
Grande abraço.
Dalinha,que maravilha de cordel!Muito divertido e ao mesmo tempo,triste,mostrando a dualidade do cordel!Parabéns,amiga!Bjs,
Você, Dalinha, é inconteste
Cordelista de primeira
Escreve que nem uma peste
De pé, deitada... na cadeira
Cantando de leste a oeste
O agreste das Ipueira.
Tem as oiça apurada
Pro elogio e pra mesura
Pra lá de fina, educada,
Mas se precisar você jura
não gostar da “frescura”
da elite empavonada
de cifrão e falsa cultura.
“Escorregou”- tem confronto -
Não escapa nem a poeira
Sempre tem um mote pronto
guardado na algibeira
Pra denunciar sem desconto
Quem faz suas “besteira”.
Num qualquer raiar do dia
Em outro instante qualquer
Continuo essa apologia
a esta grande mulher
que é toda poesia!
Quer as prova, quer?
Pois siga este guia (1)
Veja se o que disse, não é!
(1) http://cantinhodadalinha.blogspot.com
Amiga Dalinha parabéns, a cultura popular pede passagem!
Dalinha eu aqui estou
Pra lhe parabenizar
Por mais este lançamento,
E quero reafirmar:
Nossa amizade é tão grande
Como a imensidão do mar.
Oi Menina: Linda mesmo muito lindo essas histórias da gente são sempre bonitas Gostei imenso, Lindissimo:
Um Beijo
Santa Cruz
Amiga Dalinha, que história louca!
Confesso que só pensei no que não presta. Seu senso de humor e habilidade para transformar o que observa em versos são inabaláveis. Grande abraço, madrinha. (Ricardo)
Maravilhosa é a literatura de cordel!
Saudações e parabéns pelo blog!
Dei boas risadas. O estilo é típico das brincadeiras poéticas do Nordeste Brasileiro. Parabéns, amiga!
www.cinzasdiamantes.blogspot.com
O meu blog é uma revista digital mensal em busca de um panorama do pensamento artístico. Convido-a para conhecê-lo.
Grato. Um abraço,
ANTONIO NAHUD JÚNIOR
Fiquei deslumbrado não só com seu blog, como também pelas suas postages, maravilha!!! Lindo poema, gostei
Conheça os meus em:
www.congulolundo.blogspot.com
www.queriaserselvagem.blogspot.com
Um abração do tamanho do mundo.
OI, Dalinha! Fiquei encantada com o cordel. Foi uma delicia ler a rola do Tuca e a de Rô. bjos!. acho que vou postar no meu blog, junto com a do pinto apimentado para darmos boas gargalhadas.
Dalinha, parabéns pelo Cordel. Bjs Lucilene.
Dalinha parabéns pelo Cordel. Bjs Lucilene.
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