O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
Seguidores
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
ANTIGOS NATAIS
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
NÃO DEIXE O HOMEM BATER NEM EM SEU ATREVIMENTO
*
NÃO
DEIXE O HOMEM BATER,
NEM
EM SEU ATREVIMENTO!
1
Desde
pequena eu ouvia
Nas
declarações de amor
Que
não se bate em mulher
Nem
mesmo com uma flor
E
para viver comigo
Com
sinceridade digo:
Cuidado
com meu andor.
2
Não
nasci para apanhar,
Nunca
fui uma qualquer.
O
respeito é bom e eu gosto
Isto
toda fêmea quer.
Se
quiser ser respeitado
O
meu recado está dado,
É
conselho de mulher.
3
Homem
que bate em mulher
Com
toda sinceridade
É
um projeto de homem
Não
é homem de verdade
E
a mulher que é surrada
Também
chamo de culpada
Por
sua cumplicidade.
4
Pois
quem apanha uma vez,
Vira
saco de pancada.
E
se ele alterar a voz
Procure
logo a estrada.
Botar
culpa na bebida,
É
tática conhecida
E
desculpa esfarrapada.
5
No
começo são palavras,
Depois
vem o palavrão.
E
com a voz alterada
Ele
vem e senta a mão,
A
mulher que é dependente,
Apanha
de quebrar dente,
E
esconde a situação.
6
Se
por ventura apanhar,
Calada
não fique não,
Apronte
um grande escarcéu
Para
chamar atenção,
Alguém
vai se apiedar
Por
você testemunhar
Na
hora da precisão
7
Não
cale pra proteger,
Os
seus filhos e o seu lar.
Depois
da primeira surra
Muitas
mais irão chegar.
Mantenha
a dignidade
Fuja
da infelicidade
De
querer compactuar
8
Acorde
enquanto é tempo,
Tenha
determinação.
Um
pouquinho de amor próprio
Ajuda
na decisão,
Vá
procurar nova vida
Com
sua cabeça erguida
Pra
tudo tem solução
9
Hoje
já existem leis,
Para
socorrer mulher
Que
deve ser atuante
Quando
o momento requer.
Com
a Maria da Penha
No
macho se desce a lenha
Do
jeitinho que a lei quer.
10
E
não fique constrangida
Em
procurar seu direito,
Pois
quem maltrata mulher
Jamais
será bom sujeito
Merece
mesmo prisão
E
não tenha compaixão
Só
cadeia dará jeito.
11
Quanto
mais você aguenta
Mais
a coisa fica torta.
Hoje
vai pro hospital,
Amanhã
pode estar morta.
Morar
com quem lhe condena
OH
Mulher! Não vale à pena,
Tranque
de vez sua porta.
12
Não
pensem que estou falando
Do
chamado cidadão.
Que
cumpre com seus deveres,
Que
conhece obrigação.
E
por ter dignidade
Dispensa
a tal crueldade
Sabe
bem o que é razão.
13
Está
nas mãos da mulher
Os
direitos que ela tem.
Cúmplice
da violência,
Tal
papel não lhe cai bem
Compete
a ela se impor
E
mostrar o seu valor
Como
de fato convém.
14
Quando
a coisa ficar preta,
Procure
a delegacia.
O
Boletim de Ocorrência
É
mais uma garantia.
Em
seguida abra um processo
E
nada de retrocesso
Acabe
com a agonia.
15
E
quando for ao juiz,
E
o mesmo lhe perguntar:
Vai
retirar o processo?
Pretende
continuar?
Prossiga
com sua luta
Altiva
e bem resoluta,
E
nem pense em fraquejar.
16
Nunca
pense em piedade,
E
prossiga firme em frente
Sendo
assim construirá
Um
mundo bem diferente
Moldando
a sociedade
Trazendo
pra realidade
Um
homem mais consciente.
17
A
velha submissão
Não
tem significado.
A
mulher emancipada
Tem
profissão e mercado.
Mas
tem homem que duvida,
Que
a história dessa vida
Já
tem um novo traçado.
18
Foi-se
o tempo em que mulher
Babava
seu travesseiro,
Pois
abortando seus sonhos
Soluçava
o dia inteiro.
Sendo
hoje alforriada
Não
deve ser humilhada
Já
basta de cativeiro.
19
Mulher,
bastante atenção,
Vive-se
novo momento,
Não
deixe o homem bater
Nem
em seu atrevimento!
Se
o homem perde a razão
Levantando
sempre a mão
Tenha
seu discernimento.
20
Quantas
Marias se foram,
Por
causa da violência.
Dê
um basta nesta história,
Já
chega de complacência
Não
baixe mais sua crista,
Canto
de galo machista
Está
fora de evidência.
21
Escreva
uma nova história
Tenha
mais dignidade
Foi-se
o tempo da Amélia,
Reina
hoje outra verdade
Onde
a mulher é guerreira
Levanta
sua bandeira,
Diante
da realidade.
22
Não
quero ver estampado,
Seu
retrato no jornal.
Esta
violência toda,
Garanto
não é normal.
Não
quero chorar de pena
Vendo
você no Datena
Numa
ocorrência fatal.
23
Nunca
seja alvo de bala,
E
nem morra estrangulada.
Não
quero ouvir o seu grito
Bem
na hora da facada.
Aprenda
a se defender
Use
todo seu poder,
Não
fique paralisada.
24
Não
ature violência,
Diga
adeus à sujeição.
A
lei Maria da Penha
Tem
a nova geração,
Esqueça
o tempo da peia
Covarde
é bom na cadeia
Para
amansar na prisão.
25
Louvo
Maria da Penha
Que
teve garra e lutou.
Uma
lei muito importante
Para
mulher conquistou.
Dedico-lhe
este cordel
Mulher
de nobre papel
Que
a história registrou.
*
Cordel
de Dalinha Catunda
Xilo
de Erivaldo
Cordel
editado em 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
ANIVERSÁRIO DE LUIZ GONZAGA
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
BENDITO CORDEL
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
REUNIÃO NA BIBLIOTECA NACIONAL
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Cordel na Feira da Providência
![]() |
Dalinha Catunda |