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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CRATINHO DE AÇUCAR ADOÇOU MINHA VIDA



CRATINHO DE AÇUCAR ADOÇOU MINHA VIDA
O Ceará sempre foi meu mundo, mas meu pedacinho do Ceará fica lá pertinho do Piauí. É Ipueiras, porém foi Crato que me colocou nas alturas.
Tinha muita vontade de conhecer o Crato e a boa oportunidade surgiu através de Josenir Lacerda poeta e cordelista que foi porta-voz dos membros a ACC- Academia dos Cordelistas do Crato fazendo-me o convite para participar do III Seminário do Verso Popular.
Em Crato fui abraçada como se fosse natural daquela cidade, nunca recebi tanta atenção e carinho em toda minha vida. Nada disso envaidece-me, porém deixa-me feliz e acarinhada.
Josenir Lacerda a conhecida “Dama dos versos encantados do sertão,” Mulher de um coração imenso e referência em cordel na região do Cariri, me fez uma maravilhosa surpresa, que se eu não fosse dura na queda teria dado uma “pilôra.”
Escreveu um cordel em minha homenagem, enquanto ela lia o mesmo no palco, amigos distribuíam o cordel entre os presentes e eu que de nada sabia fui tomada de forte emoção e emocionando a plateia que aplaudiu o acontecimento com grande entusiasmo.
Eu não saberia descrever exatamente tudo que aconteceu, mas sei que estou em estado de graça até agora e sem palavras que traduzam minha verdadeira emoção e o meu sincero agradecimento.
Obrigada Josenir Lacerda pelo cordel tão bem escrito.
Obrigada Bastinha Job pela magnifica apresentação em forma de soneto e acróstico
Obrigada Carlos Henrique pela aprimorada xilogravura.
**********
Dalinha Catunda a Abelha do Sertão
1
Vieram me perguntar
Quem é mesmo essa Dalinha
Que tão faceira caminha
Sem no verso tropeçar
Que sabe tão bem falar
Com carinho e precisão
Das belezas do sertão
Empolgada e sem preguiça
Nossa saudade ela atiça
No forno do coração
2
Essa “cabôca” sem par
Respondo sem ter receio
É daqui do nosso meio
Digo sem medo de errar
Da cultura popular
É ferrenha protetora
É mestra e divulgadora
Enaltece o seu valor
Com zelo e com destemor
Do cordel é defensora
3
Em Ipueiras nascida
Na sua história mergulha
Da sua terra se orgulha
Fala dela comovida
É temática preferida
No verso e na poesia
Visita com alegria
O seu berço abençoado
Onde viveu no passado
E se dedica hoje em dia
4
É poeta cordelista
Com destaque no cenário
E no palco literário
Ela é protagonista
Não perde a cena de vista
Pois sabe como atuar
Nem precisa simular
O enredo lhe pertence
Essa brava cearense
Tem história pra contar
 5
Para falar de Dalinha
Tem que falar de roçado
De floresta, rio e gado
Fogão de lenha e cozinha
Do baú na camarinha
Guardando sonho e segredo
Da chuva e do arvoredo
Emoldurando a paisagem
Do vaqueiro de coragem
Que enfrenta a vida sem medo
6
Tem que citar reza e fé
História de assombração
E o ribombar do trovão
No dia de São José
O canto do caboré
A cantiga do vim-vim
O orvalho do capim
Depois de fina garoa
Falar de cantiga e loa
Mel de engenho e alfenim
7
É a típica sertaneja
Tão criativa e prendada
Que do pouco ou quase nada
Retira o que ela deseja
Conquista tudo que almeja
Pela determinação
Busca sempre a solução
Com base no otimismo
Contorna qualquer abismo
Com fé, garra e devoção
8
Dalinha é flor agrestina
Sem laço com a primavera
É a certeza da espera
No sorriso de menina
É professora que ensina
A regra do bem viver
Sempre disposta a aprender
Retira a lição na dor
Na certeza que o amor
Sempre irá prevalecer
9
Posso dizer que ela é
Da mulher representante
Pois a postura garante
Da sertaneja de fé
Nadando contra a maré
Conquistou a calmaria
Hoje abriga a alegria
Dela faz repouso e leito
Tem no carisma e no jeito
A doçura de Maria
10
É esposa dedicada
Mãe amiga e exemplar
Porém sabe regular
Na hora necessitada
Pra ela, a palavra dada
Pode bater, mas não volta
Com o errado se revolta
Enfrenta pedra e espinho
Até achar o caminho
Achando, pega e não solta
11
Dalinha quando verseja
Não precisa de viola
O verso sai da cachola
Da forma que ela deseja
Feito um manjar na bandeja
Dourada da inspiração
Faz da rima refeição
Se der um tema ela aceita
Se o mote é fraco ela ajeita
Com seu toque de condão
12
 É exímia cordelista
E ao cordel é dedicada
No verso sabe ser fada
No palco já é artista
No jornal e na revista
Sua foto eu avistei
Confesso que me orgulhei
Porque já sou sua fã
E um sentimento de irmã
Por ela sempre terei
 13
Já ouvi ela falar
Que é abelha do sertão
Que faz mel, mas tem ferrão
Pra hora que precisar
Ela não sabe atacar
Mas sabe se defender
Se a marmota aparecer
Não corre, fica e enfrenta
A peleja ela agüenta
Até botar pra correr
14
Só quem conhece é que sabe
O valor dessa mulher
Que luta pelo que quer
Nem que a muralha desabe
Mas só entra onde lhe cabe
Porque tem discernimento
Escolhe a hora e o momento
O rumo e a direção
Porque só entra em ação
Pra garantir o evento
15
 Modesta apresentação
Eu ousei oferecer
E quem quiser mais saber
Vai ter que entrar em ação
Buscar rumo e direção
A ela se dirigir
Então irá assistir
A um atraente relato
Enredo de sonho e fato
Que dá prazer de ouvir
16
Pois pra definir Dalinha
Carece mais que um cordel
Haja verso, haja papel
Pra falar dessa rainha
Mas no espaço que eu tinha
Dei meu singelo recado
O resto fica guardado
Nossa amizade é quem diz
Que ela seja bem feliz
E o seu lar abençoado


7 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Que doçura! Bem merecida, essa alta homenagem do Crato. o "CRATINHO DE AÇUCAR" entende dessas coisas boas! c

Você sumiu, Dalinha, mas continua no meu coração...PARABÉNS!

Um forte XÊRO!

Fernando Assumpção disse...

Q beleza!!!

Parabens, vc merece!

Fernando Assumpção disse...

Parabens!!! Vc merece!

Anônimo disse...

Oi Dalinha...
Você merece essa homenagem. Muito bom ver o seu talento reconhecido e declamado em versos.
Parabéns amiga!
Acho que posso chamá-la assim.
Beijos no coração
Gracita

Dalinha Catunda disse...

Querida Lúcia,
Obrigada pelo carinho a correria da vida está me deixando sem tempo, mas não esqueço as amigas.

Fernando,
Você mais do que ninguém sabe que, plantei muito e cuidei para poder colher. Obrigada pelo apoio e parceria

Gracita,
Minha linda, obrigada pelo carinho, pela amizade, já smos amigas, sim, o cordel nos une.

Meu beijo a todos vocês

Nelcima De Morais disse...

Oi, Dalinha! Parabéns pela linda homenagem que recebeste. É muito gratificante vermos uma mulher receber tão grande exaltação, neste mundo machista.Um grande beijo!

Dalinha Catunda disse...

Querida Nelcimá,
Obrigada pelas palavras carinhosas pelo apoio, sei que você faz parte das mulheres guerreiras que não deixam a peteca cair.
Beijos