O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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quinta-feira, 27 de setembro de 2007
O Menino do Mirador
O Menino do Mirador
Gonçalo foi um menino que aprendeu o oficio de ferreiro muito cedo com seu pai. Com ele aprendeu também a arte de tocar violão. Pobre, porém feliz, assim vivia Gonçalo no seu velho Mirador, município de Ipueiras.
Criado no mato, apaixonado por árvores e pássaros, chorou longe de sua terra natal quando atrás de trabalho teve que se ausentar. Sentia saudades dos velhos tempos , do feijão com toucinho e rapadura, do seu cavalo de estimação e das serenatas que fazia ao luar.
Quantas noites em claro... relembrando suas caminhadas no mato e repetindo para si o nome de cada árvore, fruta e animal que fizeram parte de sua vida no interior.
E lembrava da nambu e do caburé que cantavam de noite.Lembrava das caçadas aonde o patuá vinha cheio de preá, tatu, peba e mambira, e não esquecia o canto do cupido, do sabiá, do canário, do galo campina e tantos mais.
Sentia saudades das frutas silvestres que alegraram seu paladar de menino do interior, maracujá,canapúm,,trapiá,, genipapo entre tantas outras que guardou em sua lembrança.
E como esquecer as velhas árvores que sombreavam seus caminhos, ameixa, pereiro branco, Jucá, mulungú, mororó e o angico de resina dourada.
Como as árvores, os pássaros e os bichos ele também era raiz daquele chão, fruto daquela terra que da cabeça não lhe saia.
Viu a beleza do Rio de Janeiro, ganhou dinheiro em Brasília, mas tudo que ele queria era voltar a sua terra, tocar valsas em seu violão, beber um trago com os amigos e ouvir conversa fiada nas bodegas, como fazia antigamente.
Era um vitorioso, ganhar o mundo era ganhar desenvoltura, capacidade. De um simples pedreiro, Gonçalo passou a mestre de obra. Mas ainda era pouco para aquele que fora um menino sonhador. Era hora de voltar e abraçar sua terra e ser abraçado por ela.
E voltou ao velho e tão sonhado ninho. Casou, teve filhos, e governou Ipueiras durante seis anos, onde deixou seu nome escrito nas páginas da história ipueirense: Gonçalo Erasmo de Medeiros, foi prefeito de Ipueiras.
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6 comentários:
Amigos,
Eu poderia falar da trajetória política e dos feitos de Gonçalo Medeiros como prefeito de Ipueiras.
Porém, me tocou muito mais a história do menino pobre que venceu na vida e se tornou prefeito de sua cidade.
Dia 28 de setembro fará um ano de sua passagem.
Dalinha muita sensibilidade da sua parte em homenagear o ex-prefeito Gonçalo Erasmo de Medeiros, na verdade foi um homem que nunca perdeu sua humildade e alguém cujo destino lhe reservou a sorte de ser um grande prefeito de Ipueiras.
Bérgson Frota
Dalinha, e assim os grandes líderes de Ipueiras vão sendo homenageados. Este seu texto, de grande sensibilidade, presta uma justa homenagem ao admirável ser humano Gonçalo Medeiros, enriquecendo a literatura ipueirense. Parabéns.
Parabéns Dalinha, mais uma vez vc se supera nos relatos biográficos dos grandes homens que fizeram a história de Ipueiras.
Sra. Dalinha, me chamo Zélia Medeiros, sou de Fortaleza, e é com grande satisfação que digo que o Sr. Gonçalo Medeiros foi meu avô e o sonho de minha mãe Zuleide Medeiros é conhecer alguém de sua família, algum parente, amigo, alguma notícia, que ela nunca teve. Hoje ela tem 73 anos. Ela qdo criança foi dada para irmão dele, o Sr. Simão Medeiros q a trouxe para Fortaleza qdo casou com a Sra. Prazeres e a registrou como filha. Se a Sra. souber de algum parente que queira entrar em contato, ficaríamos muito felizes. Contato: zeliamedeiros@yahoo.com.br / 85 -8833 0405 /9978 2666. Obrigada. Felicidades!! Fiquem com Deus.
Grande homem q tive o prazer de conhecer na verdade era irmão de minha avó Amélia .
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