O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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terça-feira, 27 de maio de 2008
DOS SONHOS A REALIDADE
Imagem: cantpoeta.blogspot.com
Dos Sonhos a Realidade
Desde de criança os contos de fadas povoaram a imaginação de Luara. Cresceu sonhando com príncipe encantado, sapatinho de cristal, despertar com beijos, carruagem encantada, três dias e três noites de festa e um, “felizes para sempre”.
Bonita, sensual, nunca precisou perguntar ao espelho se haveria alguém mais bela do que ela. Segura de si, bem cotada no rol das moças casadoiras, príncipe, não lhe faltava. Mas... tinha um porém, encantado!
Escolheu, escolheu, beijou, beijou, sem nunca encontrar a magia dos contos de fadas. Chegou até a pensar em beijar um sapo, mas seu asco pelo batráquio não lhe permitiria tamanho sacrifício, ainda mais sem garantia de metamorfose.
Para Luara príncipe encantado não fazia cocô, não fazia xixi, não roncava, nem soltava pum. Certa vez, um simples pum escapulido, foi motivo suficiente para acabar um relacionamento já bem encaminhado.
O tempo corria e Luara chegou a conclusão que sapo só vira príncipe realmente em contos de fada.
Sem querer ficar para titia, moça velha ou no caritó, como se dizia antigamente, resolveu esquecer as maravilhas que poderia lhe proporcionar uma varinha de condão, como ouvir sinos imaginários, ver estrelas inexistentes escolheu o melhor entre seus pretendentes e casou.
No passado ficaram as ilusões e fantasias.Decidida, viveria da melhor maneira possível o que a realidade lhe oferecia.
Desceu das nuvens, onde construiu seus castelos, esqueceu as mil e uma possibilidades de prazer proporcionadas por uma varinha mágica e pisou firme no chão no intuito de escrever uma nova história onde a maturidade e a sabedoria teriam papéis importantíssimos em sua vida, como o matrimônio, a procriação e os desígnios de Deus.
Se nunca chegou a ser, nenhuma Cinderela ou princesa, também não vive voando em vassouras, nem se sente uma Moura Torta. Outro dia até se espontou, pois a chamaram: RAINHA DO LAR!!!!!!
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4 comentários:
Para Luara príncipe encantado não fazia cocô, não fazia xixi, não roncava, nem soltava pum. Certa vez, um simples pum escapulido, foi motivo suficiente para acabar um relacionamento já bem encaminhado.
Amiga Dalinha, esta é a parte mais curiosa do seu conto, que poderá ser realidade.
Afinal todos nos sentimos príncipes e princesas, pelo menos uma vez na vida.
Esta imagem que Luara tinha do seu príncipe encantado, era nem mais nem menos do que alguém perfeito e sem defeitos com que ela foi povoando o seu imaginário.
A realidade é bem diferente e todos regressamos à terra rapidamente. Uns com êxito, outros nem tanto.
Desejo-lhe uma excelente semana e peço-lhe desculpa por andar menos por aqui mas há razões que a razão desconhece.
Um abraço
António
Dalinha, um belo texto em prosa que vai da fantasia a realidade. Enfim para concluir, você pôe na personagem a difícil arte e ação de esquecer o encantado e por os pés no chão. Parabéns.
Bérgson Frota
António e Bérgson, sonhar vez por outra é bom. Mas, ter os pés no chão faz bem a saúde.Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar.
Um abraço a vocês e obrigada pela visita.
"Dos Sonhos à Realidade" sempre faz sucesso. Essa é uma página que chama a atenção por seu despojamento em abordar um tema capital principalmente nos idos anos 50...Parabéns, Dalinha.
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