O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
A CORUJINHA-CABURÉ E A BALADEIRA
A corujinha atinginda por uma pedra
Na mesa para ser reabilitada
Tentando o primeiro vôo depois de socorrida.
Fotos e texto de Dalinha Catunda
A CORUJINHA-CABURÉ E A BALADEIRA
No interior ainda é comum ver crianças com suas baladeiras atirando em aves e animais.
A baladeira é uma arma artesanal, conhecida também como estilingue, atiradeira. Ela é feita com uma pequena forquilha, onde se amarram tiras de borracha a cada lado. Essas tiras, por sua vez, são amarradas a um pequeno pedaço de couro furado dos dois lados.
O que para as crianças do interior é apenas um atraente brinquedo, na verdade, é fatal para nossas aves que muitas vezes são mortas apenas pelo prazer da diversão.
Passeando pelas veredas de meu sitio, deparei-me com um lindo par de olhos tristes, porém lindamente reluzentes que pareciam pedir-me socorro.
Agachei-me e segurei nas mãos uma linda corujinha-caburé, que não ofereceu resistência. É lógico que em outra situação seria diferente, pois esse tipo de ave é bastante agressiva.
Percebi que a linda corujinha-caburé, dona de belos olhos amarelos, estava ferida. Levei para o alpendre e com a ajuda de Edgar, um bom menino que adora preservar a natureza, cuidamos da corujinha que em pouco tempo voltou ao seu habitat.
A corujinha-caburé se destaca por seus vôos e cantos específicos. Tanto age tanto na calada da noite como no decorrer do dia. Alimenta-se de outras aves, insetos, lagartos e pererecas contribuindo para equilíbrio ecológico.
Enquanto crianças carentes de orientação caçam por mero prazer, a corujinha-caburé caça apenas para alimenta-se.
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12 comentários:
Dalinha
Infelizmente ainda existe essa prática, na minha infância a gente chamava de estilingue, eu não tinha coragem de matar passarinhos, mas lembro bem de amigos que viviam caçando e não sei para que, talvez pelo simples prazer.
Ainda bem que existem pessoas como você, dispostar a ajudar uma ave indefesa a se recuperar e voltar para seu habitat. bjs e bom fim de semana.
Eita Dalinha! Eu era usuária do estilingue, mas sempre o usei para brincar, nunca para machucar animais.
É uma pena que alguns lugares de nosso país, essa prática seja vista como "cultura" dos mais jovens.
E para não deixar de falar... é muito bom ver que vc está de volta à escrita!
Já estávamos com saudades...
Super beijo.
Eita Dalina!!!
Sempre bem espertinha,
Mostrando no cotidiano
Com absoluta certeza
Como defender a Natureza
Neste texto Magnânimo.
Parabens cara amiga, Você genial como sempre.
Pois é nem sempre a brincadeira das criancas é saudável.
Me lembro dos meus irmaos brincando com a atiradeira e de minha mae falando que aquilo era uma arma.
Que bom que você cuidou dela.
Bom fim de semana
Olá amiga Dalinha
Minha amiga, felizmente que em Portugal as crianças já não usam
baladeiras( fisgas, em Portugal)
Era um dos divertimentos dos jovens no meu tempo de criança.
Sempre tive aberração por esse
ripo de brinquedo (como lhe chamavam) e me assustava.
De louvar sue gesto em defesa dessa pobre ave, vítima de diversão da juventude.
Beijinhos
Alvaro
Olá amiga Dalinha, é sempre um prazer recebermos sua visita, mas o prazer maior é ler seus belos textos. Parabéns por tão lovável ação com a corujinha.
Abraços, Cris!
Seria muito bom que a educação ambiental começasse por essas idades, sim.
A corujinha é linda.
Aqui , em Portugal, se chamam FISGAS. E eu ia ficando cega do olho esquerdo por causa de um garoto que me atingiu , propositadamente, com uma pedra assim atirada.
Bem haja e o menino também!
Lí e gostei de sua atitude, se todos fossem assim acho que nossa fauna não estaria tão ameaçada. Parabéns.
Olá Dalinha,
Sua atitude foi louvável, com certeza a corujinha vai cantar muito na sua fazenda agradecendo seu ato bondoso.
Grande abraço.
Nós aqui chamamos de fisga.
Também tenho uma história muito curiosa passada aqui no meu jardim, mas foi com o melro. Um dia conto.
Gosto sempre muito de vir aqui ler o que nos escreve.
Um beijinho,
Maria Emília
Querida poetisa, é mesmo uma crueldade resultante de Desenformação reinante!
Eu vim aqui pra dizer
O quanto acho cruel,
Pessoas desenformadas
Fazendo feio papel,
Da vida, tiram a doçura,
Mostram sua face escura
E a ternura vira fel.
Beijo Cordeliano
Você é tão bonita que eu gostaria de ser uma coruja para você cuidar de mim. Um abraço!
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