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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SÓ SENDO DO CEARÁ!


SÓ SENDO DO CEARÁ!
1
Esta cabecinha chata,
Esta falta de cintura
Ser doidinha por queijo,
Amar uma rapadura,
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
2
Quando chega a noitinha,
Ela acha uma gostosura,
Se balançar numa rede,
Para abanar a quentura
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
3
Adora uma paçoca
Não fica sem a fussura.
Ficar sem baião de dois,
Ela acha uma tortura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
4
Às vezes é muito braba
Noutras anjo de candura
Quando fica enfezada,
Diz que fica com gastura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
5
Teve que ganhar o mundo
Nunca viveu de brandura.
Sua vida não foi fácil
Ela mesma assegura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura.
6
Já provou como remédio
A bunda de tanajura.
Pra garganta inflamada
Dizem que traz a cura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
7
E quem quer ser só as pregas,
Ela mesma não atura.
Pois acha que gente fresca
Nunca muda de postura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
8
Às vezes se faz de besta
Mas tem a sua cultura.
Se for preciso dá coice
Se precisar tem lisura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
9
Agora diz que cordel,
É sua literatura.
E coloca no papel
Um monte de aventura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
10
Cantada de muriçoca
Seguida de picadura.
Ela fica arretada
E perde a compostura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura!
11
E quando está com raiva,
Joga praga, esconjura.
Às vezes cheia de calma
Demonstra sua ternura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
12
O Ceará é seu céu,
É a verdade mais pura.
Ficar distante de lá
Ela acha uma tortura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
13
Ela pinta seu Ceará,
Desenha, faz escultura.
E coloca na parede
Na mais bonita moldura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura.
14
E se nasceu no Ceará,
Lá será sua sepultura.
É assim que ela fala
Na atual conjuntura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura.
15
Ficar longe é difícil,
Mas a onda ela segura.
Repleta de bom humor
Não conhece amargura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
16
Falar mal do Ceará
Perto dela é loucura.
É procurar levar coice,
De quem não tem ferradura
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
17
O sol da sua terrinha,
É quente que dá tontura.
A terra é bem distante,
Nunca vi tanta lonjura
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
18
De andar sempre na linha,
Não teve a desventura.
O seu nome é Dalinha
Não está na escritura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura!
19
Nasceu lá em Ipueiras
A referida figura,
O amor por sua terra
Inabalável perdura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura.
20
É Ceará e Ipueiras.
É Dalinha e ventura,
Tudo no mesmo balaio,
Fato que se emoldura.
É mesmo do Ceará
Essa dita criatura!

Texto e foto de Dalinha Catunda.
Visite também: www.cordeldesaia.blogspot.com

9 comentários:

Rafael Castellar das Neves disse...

E sabe que ficou muito bom para quem não é do Ceará? rsrs..

[]s

chica disse...

E eu que não sou do Ceará mas adoraria ter nascido no Nordeste, adoreeeeeeeeeei!

Lindo!

um beijo,tudo de bom!

Obrigado pela linda interação!Já está lá!chicA

Anônimo disse...

Oi Dalinha, tudo bem? Adorei mais uma vez. Sempre que passo por aqui tenho agradáveis leituras que me fazem voltar no tempo. Bjs para vc e tudo melhor.

Ah! Antes que me esqueça, meu pai (Luiz Ló) está aqui conosco. Voltará à nossa terrinha em 01/10. Bjs.

Maria Lucilene

Aleatoriamente disse...

Muito lindo teu poema.
Gosto da tua cidade, andei muito por ela. (Na praia de Iracema).
Amei tua visita, quando quiser é só chegar.

Beijinho.
Fernanda.

RetroMomentos disse...

Quero conhecer o Ceará!!!

Genny Xavier disse...

Querida Dalinha,
Suas deliciosas trovas dão imensa vontade de conhecer essa beleza de cultura e paisagem cearense...
Como sempre é uma alegria ler suas rimas...
Beijos,
Genny

gorettiguerreira disse...

Eita Dalinha danada.
LÇindo e que vontade de uma redinha e uma paçoca!
Bjs
Goretti

Tais Luso de Carvalho disse...

Ô, Dalinha, que versos gostosos! E esta rede no fim de tarde, menina... Pensando na vida, jogando pensamentos fora. Delícia. E que ritmo gostoso estes teus versos. Como este Brasilzão é diferente, rico nas suas tradições. Diria que aqui é um meio-termo; nem oito, nem oitenta. No interior deva ser assim, na Santa paz.

Beijão grande.

João Alberto disse...

Maravilha Dalinha.
Seus versos mostram que o cearence não é só um cabeça chata, mas sim uma pessoa intelectual que se orgulha das suas origens e de sua cultura.
Grande abraço.