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terça-feira, 1 de maio de 2012

TRABALHO DE MULHER


TRABALHO DE MULHER
*
-Hoje é dia do trabalho,
Escutei alguém dizer.
Dizia a dona de casa
Tendo muito que fazer.
Há muito estava de pé
E já tinha feito o café
No escuro do amanhecer.
*
No ombro o pano de prato
E a pia superlotada.
Como num passe de mágica
Logo a louça foi lavada.
Com o pano inda na mão
Pega o rumo do fogão
Para uma nova jornada.
*
É tarefa o dia inteiro
Café, almoço e jantar,
A boa dona de casa
Tem mesmo que se virar.
Lava, passa e cozinha,
E varre a casa todinha
Sem tempo pra descansar.
*
Depois que sai da cozinha,
Depois que larga o fogão,
Banha-se para dormir,
Mas dormir não pode, não
No quarto esta o marido,
Exigindo já despido:
- Cumpra sua obrigação!
*
Se você não acredita
Digo: - pode acreditar!
Ainda vivem assim,
Neste atraso secular
As mulheres submissas
Que ainda assistem missas
E cumprem juras de altar.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Dalinha.
Você deu o enfoque perfeito. E como existe mulheres nessa situação, totalmente desvalorizadas, que não descobriram ainda o seu verdadeiro papel no seio da família e menos ainda na sociedade. Querida, não sei se você é dada a receber mimos, mas tem selinho pra você lá no "gracita" e um agradecimento especial também. Se gostar do mimo é todinho seu.
Beijinho carinhoso
Gracita

Fanzine Episódio Cultural disse...

Lágrimas de Areia

Lá estava ela, triste e taciturna.
Testemunha de efêmeros conflitos,
Com um olhar perdido no tempo,
Não exigia nada em troca
A não ser um pouco de atenção.

Sentia-se solitária, oca,
Os homens admiravam-na pelos seus dotes.
As crianças, em sua eterna plenitude,
Admiravam-na muito mais além...
... Mais humana!

De sua profunda melancolia
Lágrimas surgiram.
Elas não umedeceram o seu rosto,
Mas secaram o seu coração,
O poço da alma,
Aumentando cada vez mais
A sua sede.

Lá ela permaneceu; estática, paralisada!
Esperando que o vento do norte a levasse
Para bem longe dali!

O dia começou a desfalecer.
Seu coração, outrora seco e vazio,
Agora pulsava em desenfreada arritmia.
Desespero!
A maré estava subindo...

Em breve voltaria a ser o que era:
Um simples grão de areia.
Quiçá um dia levado pelo vento,
Quiçá um dia... Em um porto seguro.


Do livro (O Anjo e a Tempestade) de Agamenon Troyan

SKYPE: tarokid18
MSN: machadocultural@hotmail.com
TWITTER: @episodiocultura

valterpoeta.com disse...

Realmente Dalinha, a Mulher trabalha em geral muito mais que nós homens e na média elas ganham menos, uma injustiça pois, a maioria trabalha fora e tem que arcar com as tarefas de casa. E nós homens por natureza não somos nada compreensivos quando não temos nossos desejos saciados.
Para sermos justos temos que nos colocar na pele do outro para poder sentir o que realmente se passa. bjs e bom fim de semana!