O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O Brinquedo Inesquecível
Foto:http://livroaberto.com.sapo.pt/Galinha.jpg
O Brinquedo Inesquecível
Fui uma daquelas crianças que acreditou cegamente em Papai-Noel. Só com o passar do tempo percebi que o bom velhinho era mais generoso com uns, do que com outros, mas nada disso chegou a afetar meu relacionamento com ele.
Lógico que ganhávamos os presentes conforme os sapatos que colocávamos debaixo da cama ou da rede. Nas camas e nos bons sapatos, os melhores presentes.Nas redes e sandálias, os arremedos de brinquedos ou simples lembrancinhas.
Nunca ganhei uma boneca loura de olhos azuis. O Papai-Noel pelas minhas bandas era mais humilde. Mas também nunca tive inveja de quem a ganhou, pois as pobrezinhas dessas bonecas viviam mais dentro das caixas do que no colo de suas respectivas donas, e, além disso, brinquedo caro, se quebra!
Posso, contudo, garantir que ninguém foi mais feliz do que eu com minha boneca inquebrável. Inquebrável sim, pois era toda de pano, com roupinha colorida, cabelo das caboclas do sertão e, fantástica ante meus olhos.
A noite de Natal era mágica, Mas o dia seguinte não ficava atrás. As calçadas ficavam repletas. Crianças madrugavam no intuito de exibir seus brinquedos. Meninos, meninas, bolas, bonecas apitos e cornetas, e uma algazarra maior quebrando a rotina infantil.
E foi exatamente num dia assim que me vi cercada de crianças curiosas querendo ver o brinquedinho exibido por mim. Imaginem, era uma galinha! Pequeniiiiiina, mas cheia de graça. Parece que estou vendo... amarela, com bico, pés e crista de cor vermelha... Mas, não era só isso, ela botava ovos. Só três, mas botava! tinha uma abertura com uma tampinha camuflada no alto entre as asas, era só apertar em cima que ela se agachava, e a cada apertada botava um ovinho que em seguida eram recolocados dentro da galinha. Esse, com certeza foi meu brinquedo inesquecível.
Fui muito feliz com meus humildes brinquedos. Hoje sinto até uma pontinha de tristeza em saber que, em alguns lugares o Papai-Noel nem chegou a passar.
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10 comentários:
A sensibilidade que Dalinha sabe por no que conta e narra de forma carismática e envolvente nos faz pensar que de fato o Natal é uma época de muita luz e muita reflexão, resumindo no amor ao próximo e de introspecção da grandeza da vida.
Bérgson Frota
Dalinha, brinquedo inesquecível é uma crônica linda, gostaria de ter escrito, vejo muitas coisas boas ao lê-la. Parabéns por esse belo e belos trabalhos que tem nos presentiado nesta época tão feliz que é o Natal.
P.S. Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
Sim Dalinha, que bela lembrança a sua, pena como você diz que em muitos lugares o papai noel não passa. Mas agora vou desejar um feliz Natal e um próspero ano novo. Que seu blog continue a nos trazer coisas lindas e que mais gente possa colaborar, apontando com seus comentários e juntando-se a nós, afinal a vida acontece em grupos !!!!
Todos tivemos brinquedos inésquecíveis no Natal, mas todos ? Acho que muitos não receberam. Nesta época, esta linda crônica acabou por me tocar, relí e voltei a emocionar-me. Acho Dalinha que é dever de todos nós que tivemos belos Natais, na medida do que podemos ajudar no Natal dos que pouco têm. Parabéns amiga.
Boa crõnica de Natal, leve, digestiva e de profunda lição de moral.
Lembro desse brinquedo.De plástico. Nas cores branca e amarela. Gracioso, singelo e encantador como o seu conto, Dalinha. V. está arrebentando nesse Natal. Parabéns.
BELO TRABALHO GRANDE POETA E ESCRITORA, FELIZ NATAL E ANO NOVO DE MARAVILHAS. TÔ NA PLATÉIA.
Para ti que me visitaste
Ao longo destes poucos meses
Ofereço-te uma prenda singela
Uma estrela de mil cores
Roubei-a ao firmamento
Deposito-a na tua mão
Para que neste Natal
Te ilumine o coração
Um Santo e Mágico Natal
Doce beijo
Crônica simplesmente fantástica, dispensa qualquer outro comentário. Parabéns Dalinha.
Amigos, a gradeço a cada um de vocês,anônimos ou declarados, que chegaram ao meu cantinho deixando suas mensagens.Recebo-as como valiosos presentes de natal.
dalinha Catunda
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