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quinta-feira, 7 de abril de 2011

VILMAR


A PARTIDA DO MEU AMIGO VILMAR
Hoje, eu que sempre gostei de escrever, tenho a difícil missão de registrar aqui a passagem de um querido amigo que foi mais cedo morar com Deus.
É o ipueirense, Vilmar, filho de seu Zeca Frausino, (que também já está na casa de nosso pai maior) e de dona Maria.
Vilmar era uma pessoa alegre, sabia receber muito bem as pessoas em sua casa, pai cuidadoso, filho amoroso que certamente fará muita falta e deixará muitas saudades.
Aqui deixo meus sinceros sentimentos de pesar e meu abraço de conforto para dona Maria, para Daniele, Camila e para toda família enlutada.

Em homenagem ao meu amigo Vilmar vou postar uma crônica que fiz no passado em sua homenagem.

Era uma Vez uma Timbaubeira

Hoje quem sai de Ipueiras e pega a estrada da Floresta rumo aos lugarejos: Chico Pereira e Arroz, não encontra mais a exuberante timbaubeira que encantava os olhos daqueles que por ali passavam.

Bem na encruzilhada, exibindo seu viço, seu verde e seu imenso tronco, o pé de timbaúba viveu por mais de trinta anos até que a fome de um machado inclemente a transformasse em reles troncos jogados ao chão.

Quantas vezes no alpendre da casa grande, que ficava ao lado, deitada numa rede, presenciei o espetáculo divino da lua nascendo por detrás de suas folhagens. Quantas vezes o canto dos pássaros que ali pousavam fazendo seus ninhos, encantaram-me os ouvidos e quantas vezes vi montarias amarradas ao seu tronco, daqueles que por ali passavam para um cafezinho ou um copo d’água.

Só que essa timbaubeira, não nasceu do nada. Não eclodiu, não brotou sozinha. Não. Essa timbaubeira foi uma mudinha, plantada por um menino chamado Vilmar, num chão duro, seco, terra de barro vermelho onde a difícil brotação é uma verdade.

Esse mesmo menino, muito jovem mudou-se para Brasília. Entre trancos e barrancos, na dureza de um chão vermelho, também plantou sua vida. E, apesar dos golpes do destino, consegui colher frutos maravilhosos que hoje dão sabor e sentido a sua existência.

Cada vez que ele voltava a sua terra sentia orgulho de sua façanha. Aquela árvore ali plantada, era a prova viva da resistência do nordestino, que sobrevive a calamidade das secas e consegue fazer ninhos em outras paragens sem esquecer suas raízes. Ali, ele, estava plantado, ali, ele escrevera sua história, que hoje contará picotada aos seus filhos.

No último janeiro Vilmar viu sua árvore alegre e fagueira brincando ao vento, outros janeiros certamente virão, mas o pé de Timbaúba, marco em sua vida, virá apenas na lembrança.

 Texto Dalinha - foto do acervo de JeanKleber
Visite também:www.cordeldesaia.blogspot.com

3 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Vim hoje fazer-lhe uma visita, Dalinha e encontro palavras de consolo para a família de um amigo que partiu.
Prossegui na leitura e apreciei a bela homenagem a seu amigo Vilmar.
A vida é de chegadas e partidas, só nos resta a conformação.
Carinhoso abraço, conterrânea

Jean Kleber disse...

Bela homenagm, amiga. Vilmar era alguém que nós aqui em casa considerávamos membro da nossa família. Ele esteve presente em eventos cruciais de nossa vida em Brasília. Sempre solidário. Sempre amigo. A falta que nos fará é difícil de descrever.

Tais Luso de Carvalho disse...

Oi, Dalinha, também vim lhe fazer uma visita e vejo esta sua perda tão sentida. Foi uma bela homenagem, amiga.

Meu carinho pra você.
Tais Luso