O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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domingo, 29 de março de 2009
FURDUNÇO NO GALINHEIRO
Foto.baixaki.com.br
FURDUNÇO NO GALINHEIRO
Certo dia o galinheiro
Acordou em polvorosa,
O galo acordou tarado
Foi uma coisa horrorosa
E as galinhas apavoradas
Com essa situação odiosa.
Era pintinho correndo,
Era pato se cagando,
Capote voando alto,
Ganso mergulhando,
E o galo velho tarado,
A todos apavorando.
Pegou a galinha preta,
Que era uma franguinha.
Subiu bem em cima dela
Deixou a ave tontinha
Depois saiu bem ligeiro,
Atrás de outras galinhas.
Correu atrás de muitas,
Pegou a galinha amarela.
Nesta o estrago foi feio,
Ela acabou na panela.
Tamanha foi sua fúria,
Que ela esticou a canela.
O frango que era capado
E bem fino vivia a cantar,
Nesse dia foi estreado
Não conseguiu escapar.
Este, sim, não saiu triste,
Mas faceiro a cacarejar.
O galo velho viçando,
E com o espírito do cão.
Pegou a galinha d’angola
O capote não gostou não.
Pra completar a desgraça
Pegou a mulher do pavão.
Para o lado das galinhas,
Debandou-se outra vez.
Pude contar nos dedos
Ele pegou mais de três.
As mais belas do terreiro,
Pois eram de raça pedrês.
Depois que pegou a azul
Correu atrás da nanica,
A branquinha apavorada:
O diabo é que se arrisca!
E voou para o telhado.
Aqui ele não me trisca!
Quem escapou fedendo
Foi a danada da carijó.
Sem pensar duas vezes
Escondeu-se num urinó
E o galo passou batido
E essa levou a melhor.
Pobre das outras galinhas,
Não tiveram sorte igual.
Debaixo do galo ficaram.
Ficaram e passaram mal.
O Galo estava achando,
Que no momento era o tal.
O peru que era orgulhoso,
Tomou logo uma decisão.
Eu vou é fechar meu rabo
E encostar o reto no chão,
Deus me livre deste galo,
Que tem nos coro um cão.
Sei que a coisa ficou feia,
E foram chamar o doutor.
Tudo foi uma experiência,
Que o pobre galo passou.
Explicava o veterinário,
Que o galo diagnosticou.
O galo não é o culpado,
Desta grande confusão.
Este estardalhaço todo,
Foi uma idéia do patrão,
Que deu milho modificado
Pra aumentar a produção.
O milho que ele comeu,
Tinha nova coloração.
Geneticamente modificado
De amarelo virou azulão.
Escrito na embalagem:
Aveiagra é sua solução.
No finalzinho da tarde
O galo velho desmaiou.
A maratona foi puxada,
E o doutor recomendou,
Que ele tivesse repouso
Mas de nada adiantou.
Quando passou o efeito
Deste famoso azulão.
O galo apanhou tanto,
Que caiu roxo no chão.
A crista era puro sangue
Quase perdeu o esporão.
Nele bateu um ganso
Pato, peru e o capote.
Ele quis se levantar,
E foi pego no pinote.
A coisa ficou foi feia,
Vi a hora era dar morte.
O galo gemia e ciscava
A porrada firme comia.
O frango que deu pra ele
Também deu uma agonia.
E galinhas cacarejando
Por toda parte se ouvia.
O galo que por um dia,
Tornou-se um garanhão.
De uma hora para outra,
Viu o seu posto no chão.
As galinhas reunidas,
Pediram substituição
Dizem que o galo velho
Depois que se aposentou,
Com o tal frango capado
Realmente se amancebou.
Dando lugar ao novo galo
Que no galinheiro reinou.
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Um comentário:
Minha linda, seria bom que certos homens lessem teu poema, rrrsss
Boa semana.
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