O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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quarta-feira, 25 de março de 2009
NUNCA FUI VIRGEM
NUNCA FUI VIRGEM
Apesar de ter nascido e me criado no interior e eu achava aquele mundo muito pequeno para mim. Era meu ninho, não tenho dúvidas! Porém minhas asas eram imensas e essa desproporção dificultava meus vôos. Mesmo assim arriscava uns rasantes.
Sempre tive respostas na ponta da língua e a palavra fácil. E não poderia ser diferente, pois desde criança nutri grande paixão pelos livros, paixão essa, que carrego até hoje.
Se não dominava todos os assuntos, posso dizer sem modéstia alguma, que eu era à frente de minha geração para uma menina do interior.
Como nunca tive cara de remédio, abdiquei daquela bula que a sociedade impõe e determinei, eu mesma, minha posologia sem medo dos efeitos colaterais.
Reconheço que muitas vezes eu gostava de deixar as pessoas numa saia justa. De chocar mesmo. Até porque a grande sociedade apenas representava o papel a ela destinado e não vivia deveras a realidade.
Lembro-me como se fosse hoje... Eu fazia o colegial e nas salas, entre alunas, rolava um “disparate”. E o que era um disparate? Era um caderno com uma capa bonita, cheio de perguntas tolas ou absurdas que era passado de mão em mão para ser respondido. Coisa de meninas... Pois nunca vi o sexo masculino respondendo, quando muito roubando para ler.
Eu adorava responder disparate, e ler o que as outras colegiais respondiam. E todas elas tinham a mesma curiosidade, pois ali de certa forma estava a ficha pregressa de cada uma.
Certa vez, respondendo um “disparate” deparei-me com a seguinte pergunta:
- Você é Virgem? E eu logo respondi:- Nunca fui virgem!!!
A resposta da outras meninas era: sim, ou então, claaaaro! E não poderia ser diferente, a sociedade, na época, não admitia que uma moça fosse estreada antes do casamento.
Elas ficavam tão chocadas ao lerem minha resposta que não prosseguiam com a leitura. Saiam correndo direto para fuxicar. Lá mais na frente, aparecia a pergunta reveladora:
Qual é o seu signo? Escorpião.... por iiiiiiiisso... É que, não sou virgem, nem nunca fui.
Texto de Dalinha Catunda
Imagem:br.geocities.com
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8 comentários:
Essa brincadeira é legal. Mas na dúvida, a resposta hilária seria: "sou sim, mas sem fanatismo"...rsrs
Dalinha
A flor d é mesmo mágica.
Deixo um abraço bem forte pois já a sinto da família.
Um beijo
mas sabes???
Eu sou mesmo...Capricórnio...
Eu também nunca fui, passei perto mas nasci sob o signo de Libra, bjs e bom dia Dalinha!
Obrigada pelo seu poeminha no meu jardim.
Eu, carneiro, virgem, de certeza que não.
Você devia ser fresca. Dalinha, ainda é assim?
Um beijinho,
Maria Emília
Bom dia Dalinha
Quando menina deveria ser fresca, devia...
Venho deixar-lhe um abraço de amizade e desejar-lhe um bom fim-de-semana.
Passei por uma intervenção cirúrgica mas as coisas estão lentamente a ir ao lugar.
Um abraço
GOLDFINGER
Aaaaaaaah na minha adolescência não fizeram essa brincadeirinha.
Dalinha adoro quando você quebra o "sério", parece tão simples ser hilário prá você.
Eu fui daquelas meninas do interior "certinha", aquelas da turma do "claaaaro".
Você é ótima !
Aaaaaaaah na minha adolescência não fizeram essa brincadeirinha.
Dalinha adoro quando você quebra o "sério", parece tão simples ser hilário prá você.
Eu fui daquelas meninas do interior "certinha", aquelas da turma do "claaaaro".
Você é ótima !
Ô, menina danadinha!!! Dalinha, também sou da época dos ‘Diários’ de aula, aqui no sul se chamavam assim.
Bem... fui tinhosa também; até greve andei fazendo contra uma professora de português. Depois ficamos amigas, pois eu era muito rebelde e, ela viu que era melhor ser minha aliada do que minha inimiga...rsrs
Estou te descobrindo! Também gosto de uma polêmica.
Gostei de te receber em minha casa e agradeço os parabéns pelo marido poeta, rsr. A vida é um pouco madrasta, precisamos de um pouco de poesia, não?
Grande beijo
Tais luso
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