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terça-feira, 26 de agosto de 2008

ABOIOS E VAQUEIROS


Imagem retirada do site oficial de Ipueiras

ABOIOS E VAQUEIROS

No sertão eu me criei,
Vendo a boiada passar.
Os aboios dos vaqueiros
Sempre gostei de escutar
A boiada seguia em frente
Seguindo o canto dolente,
Do vaqueiro a aboiar

Meu coração sertanejo
Transborda de emoção,
Quando vejo uma boiada,
Tirando poeira do chão
O som firme do berrante
Sai do boiadeiro amante,
Que gosta da profissão.

Ai como ainda me lembro
Dos encantos de outrora,
Eu, debruçada na janela.
A boiada passando lá fora.
Dói demais meu coração
Boas lembranças do sertão,
Que na alma saudosa aflora.

Vaqueiro trajando couro,
Com perneiras e gibão,
Esporas e botas nos pés
Como manda a tradição.
Assim eu via os vaqueiros,
Passando em meu terreiro,
E me acenando com a mão.

Da lembrança não me sai,
O velho Chico Carmina.
Vaqueiro de seu Esmeraldo,
O esposo de dona Joelina.
Por minha rua ele passava,
E tangendo o gado aboiava
Cumprindo a sagrada rotina.

Eita tempo velho malvado,
Que abusa da judiação.
Maltrata essa nordestina,
Que deixou o seu sertão.
E feito um bezerro apartado
Bem longe do seu estado
Chora querendo seu chão.

7 comentários:

Jean Kleber disse...

Versos magnificos e foto bem selecionada. Dalinha, esta é mais uma postagem feliz do seu blog. Tem o cheiro da terra e a beleza nostalgica do aboio. Gostei muito.

Unknown disse...

Ô Dalinha!
Que beleza de versos, sá! Quando eu crescer, quero tb ser poeta, mais ou menos que nem você. Será que consigo?

Anônimo disse...

Tudo tem um tempo, e o dos vaqueiros chegou, na pena leve e bem rimada de uma sólida poetisa. Parabéns pelo trabalho enxuto e digno.

Oliver Pickwick disse...

Dalinha, ainda vão inventar um prêmio chamado "Pavão Misterioso" para homenagear o seu trabalho.
Um beijo!

Anônimo disse...

Maguinificooooo ...

;D

Celso Silva disse...

Muito bom!Lembrei da minha infância no agreste pernambucano... Me fez arrepiar, gosto do seu jeito de escrever. Parabéns!

Unknown disse...

Dalinha,
Vc esta de parabens, estamos tão longe a ao mesmo tempo perto deste sentimento que chamamos Nordeste de bravos e fortes " Nasci pra ser engenheiro mais meu destino mudou, essa vida de vaqueiro agradeço ao criador é nele que tenho fé e por causa de uma mulher me tornei um trovador".