O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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terça-feira, 26 de agosto de 2008
ABOIOS E VAQUEIROS
Imagem retirada do site oficial de Ipueiras
ABOIOS E VAQUEIROS
No sertão eu me criei,
Vendo a boiada passar.
Os aboios dos vaqueiros
Sempre gostei de escutar
A boiada seguia em frente
Seguindo o canto dolente,
Do vaqueiro a aboiar
Meu coração sertanejo
Transborda de emoção,
Quando vejo uma boiada,
Tirando poeira do chão
O som firme do berrante
Sai do boiadeiro amante,
Que gosta da profissão.
Ai como ainda me lembro
Dos encantos de outrora,
Eu, debruçada na janela.
A boiada passando lá fora.
Dói demais meu coração
Boas lembranças do sertão,
Que na alma saudosa aflora.
Vaqueiro trajando couro,
Com perneiras e gibão,
Esporas e botas nos pés
Como manda a tradição.
Assim eu via os vaqueiros,
Passando em meu terreiro,
E me acenando com a mão.
Da lembrança não me sai,
O velho Chico Carmina.
Vaqueiro de seu Esmeraldo,
O esposo de dona Joelina.
Por minha rua ele passava,
E tangendo o gado aboiava
Cumprindo a sagrada rotina.
Eita tempo velho malvado,
Que abusa da judiação.
Maltrata essa nordestina,
Que deixou o seu sertão.
E feito um bezerro apartado
Bem longe do seu estado
Chora querendo seu chão.
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7 comentários:
Versos magnificos e foto bem selecionada. Dalinha, esta é mais uma postagem feliz do seu blog. Tem o cheiro da terra e a beleza nostalgica do aboio. Gostei muito.
Ô Dalinha!
Que beleza de versos, sá! Quando eu crescer, quero tb ser poeta, mais ou menos que nem você. Será que consigo?
Tudo tem um tempo, e o dos vaqueiros chegou, na pena leve e bem rimada de uma sólida poetisa. Parabéns pelo trabalho enxuto e digno.
Dalinha, ainda vão inventar um prêmio chamado "Pavão Misterioso" para homenagear o seu trabalho.
Um beijo!
Maguinificooooo ...
;D
Muito bom!Lembrei da minha infância no agreste pernambucano... Me fez arrepiar, gosto do seu jeito de escrever. Parabéns!
Dalinha,
Vc esta de parabens, estamos tão longe a ao mesmo tempo perto deste sentimento que chamamos Nordeste de bravos e fortes " Nasci pra ser engenheiro mais meu destino mudou, essa vida de vaqueiro agradeço ao criador é nele que tenho fé e por causa de uma mulher me tornei um trovador".
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