O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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segunda-feira, 2 de março de 2009
A ARTE DE APANHAR
A ARTE DE APANHAR
Fui menina levada
Aprontando pelo sertão.
Apanhei de corda e relho,
E bainha de facão.
Tomei benção à palmatória,
Não escapei de cipó,
De cinturão com fivela,
Apanhei de fazer dó.
Já era eu diplomada,
Na arte de apanhar,
Antes que o pau comesse
Já começava a gritar.
Era assim que chamava,
Dos vizinhos a atenção,
E as surras do dia-a-dia
Tinham menor duração.
O certo é que eu apanhava,
Dia sim, outro também,
Mas fazia o que queria
Sem me importar com ninguém.
E foi debaixo de peia,
Que construí meu caminho,
Não se pode colher rosa,
Sem esbarrar em espinhos
Foto do: bp0.blogger.com/.../s400/Palmatória.gif
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7 comentários:
Nesse tempo, a palmatória era uma instituição. Ninguém escapou dela.
Um beijo!
Ao ler o seu poema recordei como aprendi os verbos em francês ao toque de reguadas. Cada pessoa errada, uma reguada ora na mão esquerda ora direita. Não sei se foi bom ou mau mas o certo é que hoje escrevo muito bem em francês.
Achei interessante o seu blog que quero seguir. Ainda li pouco mas vou voltar.
Até breve
Maria Emília Pires
OI, Dalinha! É muito interessante seu poema sobre a palmatória. Fez-me lembrar o início de meus estudos. Olha que dava um queimor nas mãos... Abraços, Nelcimá!
És madeira verde
Ou apenas mulher perdida
Testemunha de berço feito de penas
Arca perdida da dor contida
Tudo isto é universo
Em límpida poça de água
Onde as conchas têm a forma de coração
Onde o sal afasta a mágoa
A ti que és minha amiga especial
convido-te a partilhar comigo o “sítio das conchas azuis”
Beijo azul
Velhos tempos os da palmatória! Hoje os professores têm medo dos alunos! Valeu, Dalinha!
Muito interessante Dalinha, lembrei da Tabuada e da palmatória, época em que ou se aprendia ou então a palmatoria comia. Bela lembrança.
Grande abraço.
gostei dimais destas rimas sôoooooooo bão di mais agora quanto a leva a minina pru poma e so pra da um beijim uai bração
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